Alimentos Sazonais — A Canela
Hoje no jornal Acushla, começamos por lhe propor um desafio. Qual é o cheiro e o aroma do Natal? Certamente que respondeu canela! E são precisamente os benefícios associados à canela que iremos abordar neste artigo.
Pensa-se que seja originária do Ceilão (atual Sri Lanka), sendo frequente encontrarmos a designação canela do Ceilão (ou canela-da-Índia) correspondendo à “canela verdadeira”.
Esta especiaria tem uma figuração milenar na história, tendo marcado fortemente, por exemplo, o antigo Egipto, onde era um bem precioso, utilizado não só nos alimentos e bebidas, mas também em preparados curativos, oferendas e no tradicional embalsamento.
Em Portugal, a canela ganhou todo o seu protagonismo aquando dos descobrimentos e ligações com o Oriente, sendo uma das especiarias mais procuradas por todo o mundo ocidental.
Efectivamente, todo o destaque dado à canela ao longo dos anos não é em vão, tendo em conta que aliado ao aroma inconfundível tem também importantes propriedades a considerar.
Apesar de se tratar de uma especiaria, é uma fonte de minerais como cálcio, o manganésio e o ferro, e também de fibra (mesmo sendo consumida em pequenas quantidades). Acresce a isto o facto de ter um baixo valor energético (poucas calorias), o que faz com que os apreciadores possam consumi-la sem grandes preocupações com a quantidade (ressalve-se, que este consumo em doses generosas diz respeito à canela e não aos doces onde costuma figurar).
A canela apresenta ainda um elevado conteúdo em polifenóis, destacando-se as proantocianidinas, de onde resultam as suas propriedades anti-inflamatórias, que, embora carecendo demais investigação, parecem evidenciar um importante papel na prevenção da doença cardiovascular (com a redução dos níveis de colesterol e de pressão arterial) e protecção do sistema imunitário.
Adicionalmente, e tal como a maioria das especiarias, a canela apresenta um potencial anti-bacteriano, tendo assim propriedades anticépticas e desinfectantes.
Mais conhecido e divulgado é o seu papel no controlo da glicemia (níveis de açúcar no sangue), visto que consegue imitar os efeitos da insulina e potenciar a sua acção. Isto é particularmente importante se pensarmos que é utilizada principalmente em doces, sendo assim a adição às sobremesas uma recomendação com todo o sentido, pertinência (e sabor!).
Contudo, fora da época de Natal, pode também juntar o útil ao agradável e utiliza-la para aromatizar alimentos e bebidas, especialmente aqueles onde costuma adicionar açúcar (café, fruta, iogurtes naturais), promovendo a sua substituição e consequente diminuição.
Este natal já sabe, tenha a devida contenção nos doces, mas quando os saborear, não se esqueça da canela!
Inês Pádua (Nutricionista)
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